segunda-feira, 17 de junho de 2013

Se eu fosse um vampiro


     
Se eu fosse um vampiro
Eu navegaria  pelos milênios
Contemplando a eternidade,
Aproveitando cada momento,
E admirando a lua que sempre estaria ali
Para lembrar-me de quem eu era e de quem eu continuaria sendo



Se eu fosse um vampiro
Eu viveria mil vidas, teria mil ocupações
Caminharia em meio a multidão
Caçando minha próxima vitíma
E saboreando o medo estampado em seus olhos

E chegaria o momento em que eu apaixonaria-me
Aí então eu teria encontrado a morte,
Pois um vampiro só morre quando ama
E então não aguentando ver minha amada morrer
Eu retirar-me-ia da eternidade cravando uma estaca em meu peito

Mas eu não sou um vampiro!
Eu sou um lobisomem!
Sou um vampiro frustrado preso no corpo de um lobisomem

Os vampiros são desejo, malícia, volúpia, sensualidade
E os lobisomens são fúria em movimento,
Selvageria em ação, em urros, em gotas de um suor asqueroso e malévolo.

Há como eu invejo os vampiros pois eles são senhores de si,
Enquanto nós somos escravos de nós mesmos
Somos guiados pela lua cheia

Somos como crianças famintas e sem controle, crianças famintas de carne dilacerada.
A maldição da lua revela-nos nossa alma licantropesca
pois nós somos aqueles que correm nos bosques banhados pela luz da lua
Nós somos os lobisomens

Nenhum comentário:

Postar um comentário